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Igreja de S. Tiago - Matriz de Vagos

Igreja Matriz de Vagos

A menção mais antiga a Vagos encontrada por Delfim Bismark Ferreira remonta a 1139. Os padroados de Santa Maria e S. Tiago de Vagos eram detidos pelo rei, entre 1220 e 1229. 

O direito de padroado era uma forma apetecida de gestão de bens eclesiásticos. O fundador e proprietário de uma igreja tinha obrigações como a de apresentar o pároco, sendo que usufruía de privilégios como os de comedoria e aposentadoria.

Em Vagos, a vila era propriedade do rei, conforme as Inquirições de 1220. Os Templários possuíam um casal e uma marinha, nestas mesmas Inquirições.

Este templo, dedicado ao apóstolo São Tiago, é de construção modesta, possuindo apenas uma nave e uma capela-mor em honra de Senhor Jesus.

Esta igreja foi doada aos frades de São Marcos, em 1452, sete anos passados após o falecimento do primeiro senhor de Vagos – João Gomes da Silva. Eram, então, estes frades que vinham paroquiar esta igreja. Com a extinção desta ordem monástica, esta passou a ser paroquiada por um eclesiástico de nomeação régia.

Construído no século XVII, a grande reforma deste edifício deu-se na segunda metade do séc. XVIII. Existiam, para além da capela-mor, mais duas, junto aos ombros; ao todo, seriam cinco altares: o altar-mor, o do Senhor Jesus, o do Espírito Santo, o da Senhora do Rosário e o da Senhora da Vitória. A capela do Santíssimo Sacramento estava fechada com grades de ferro. Possuia um arco da capela do evangelho datado do séc. XVII, da renascença decadente.

Em duas mísulas, uma de cada lado, estão imagens de São Tiago e outra de Nossa Senhora da Vitória em lugar de São Marcos.

Esta igreja setecentista foi demolida em 1972. O projeto da igreja subsequente foi da autoria de António Madeira Portugal, arquiteto natural de Coimbra, e incorporou alguns elementos da antiga igreja. Foi o caso de um arco em pedra calcária que se encontra na galilé, à direita. Este arco é trabalhado em baixo e alto-relevo, com motivos vegetalistas e diamantes de feição neoclássica, e putti (cabeças de anjos) no fecho do arco. A demolição da antiga igreja obedeceu à necessidade de conferir espaço à Estrada Nacional 109.