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Casa Museu de Santo António de Vagos

Casa Museu de Santo António de Vagos
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A casa gandaresa de Santo António foi construída em 1937 por Claudino Domingues dos Santos. 

O número de compartimentos que a compõem e as respetivas dimensões bem como o telhado de quatro águas, mostram que pertenceu a uma família remediada, o que se deve ao facto de o seu proprietário original ter sido emigrante nos EUA durante alguns anos. Mantém, no entanto, as caraterísticas gerais da casa típica da região das Gândaras.

Tal como é comum nas casas gandaresas, é uma casa organizada em torno do pátio interior, para o qual davam a casa de habitação, os celeiros, telheiros, currais e galinheiros. Este pátio interior, também chamado estrumeira, era habitualmente coberto por uma latada ou parreiral. As suas caraterísticas fazem dela uma casa perfeitamente funcional que se adequava à vida agrícola e preservava a intimidade daqueles que a habitavam.

A casa gandaresa é construída em adobes feitos de cal e areia e secos ao sol. O telhado é de quatro águas feito com telha de Marselha.

Do conjunto arquitetónico destacamos a fachada constituída por um motivo típico: janela-porta-janela, portão e, neste caso, novamente janela, que noutras variantes podia ser um postigo. Todos estes elementos eram emoldurados em cantaria.

A parte da habitação frontal, de alto pé direito, prolonga-se por um corpo perpendicular de telhado mais baixo, onde se localizam a sala de jantar e duas cozinhas. No corpo da habitação da frente encontra-se a sala do Senhor e a meia sala ou quarto da frente, bem como os dois quartos de trás. O corpo da retaguarda forma um dos lados do pátio e dá para um alpendre para o qual se abrem as portas das cozinhas e sala de jantar.

A sala do senhor era utilizada no dia de Páscoa, para beijar o Senhor e ,quando morria um membro da família, era ali que velavam o seu corpo. O seu mobiliário é constituído pela cómoda coberta com uma toalha bordada, sobre a qual era colocado um crucifixo ladeado por dois solitários. Na parede, por cima da cómoda, eram colocadas as imagens do Sagrado Coração de Jesus e do Imaculado Coração de Maria. Junto a uma das paredes era colocado, sobre uma mesa, o relógio de sala. Nos cantos da sala existiam as colunas que serviam habitualmente de suporte para ricas avencas ou outras plantas.
A meia sala ou quarto da frente era o melhor quarto da casa, somente utilizado em caso de doença. Ali era colocado o lavatório do doutor.

A seguir à sala do Senhor, existe um corredor para qual dão dois quartos onde o mobiliário se resume ao essencial, uma cama de ferro com colchão de palha coberto com manta de trapos e uma pequena mesa de cabeceira onde se guardava o bacio.

Segue-se depois a sala de jantar com mesa, cadeiras e um guarda loiça. Este compartimento era usado quando se organizavam jantares familiares por ocasião dos batizados ou casamentos.

Por último, as cozinhas: uma mais limpa, somente utilizada em ocasiões festivas e outra usada no dia a dia. Esta última era o compartimento mais importante da casa, o cerne da vida familiar. Nela existia o borralho em torno do qual se reunia a família à noite, fosse para rezar, para orientar as “lidas” do dia seguinte ou para contar “estórias” aos mais novos. Era na cozinha que se faziam as refeições e que se cozia a broa no forno existente por cima do borralho.

Na cozinha, associada à chaminé existente sobre o borralho, está uma prateleira onde se guardavam as peças de louça usadas no dia a dia. O mobiliário da cozinha é simples, constituído por um “almário” (armário), a cantareira com os cântaros de água fresca protegida pelo prato e a caneca, uma mesa e alguns mochos.

A entrada habitual para a casa fazia-se pelo portão que dava para um telheiro coberto. Sobre este e o compartimento seu adjacente, a adega, existia o celeiro onde se guardavam as batatas e outros produtos agrícolas para consumo ao longo de todo o ano.

Para além da habitação, a casa típica da região gandaresa era composta ainda pelos currais, o “abaixadoiro” que servia de retrete e a casa da eira dos quais apenas resta este último espaço. O estado de adiantada ruína em que se encontravam e a necessidade de erguer a sede do Grupo Folclórico de Santo António levaram à sua demolição.

A preservação desta casa gandaresa permite às gerações vindouras conhecer melhor o modo de vida dos seus antepassados, as suas vivências diárias, as suas crenças, enfim a sua história.

 

Marcações de Visita

A visita guiada à Casa-Museu de Santo António de Vagos bem como ao moinho de vento giratório deve ser marcada, antecipadamente, para o seguinte correio eletrónico casa.gandaresa@cm-vagos.pt. A visita tem a duração de, aproximadamente, uma hora. Deverá indicar o horário que pretende para realizar a visita. As visitas, à casa-museu, são gratuitas.

A casa museu encerra para visitas durante o mês de agosto.

Com marcação prévia.